A importância do treino de transição no triatlo.
Quando se fala em treinamento de transição, a maior parte dos atletas sempre imagina somente a passagem do ciclismo para a corrida e esquece também a importância da transição da natação para o ciclismo. Cada uma das transições tem o seu grau de importância e suas peculiaridades.
Na passagem da água para o ciclismo (T1) o organismo sofre ajustes circulatórios em função da modificação do meio e da diferença de pressão arterial e freqüência cardíaca das duas modalidades. Alguns atletas se queixam de tontura e vertigem, que pode perdurar no início da etapa do ciclismo; quanto mais treinado nessa passagem for o atleta, menor será o tempo para esse ajuste circulatório. Já na passagem do ciclismo para a corrida (T2), o principal ajuste é o neuromuscular, através de um mecanismo de reflexos proprioceptivos; esse mecanismo faz com que o cérebro receba uma noção espacial das partes do corpo e dessa forma se adapte de maneira adequada às modificações no padrão de contração muscular e principal musculatura utilizada para a atividade. Assim como na T1, esse ajuste da T2 requer tempo e pode ser otimizado através do treinamento adequado. É comum ver alguns atletas caminhando, ou na transição, ou logo após.
Um dos treinos mais utilizados para a transição no triatlo é conhecido como TIC, ou treinamento intervalado cruzado. Esse treino consiste na combinação de estímulos de esforço e recuperação com duas modalidades específicas. Através desse tipo de treinamento e de outros, o atleta consegue chegar a um platô eficiente de ajustes do organismo nas duas etapas de transição. E assim como o treinamento de forma geral, é necessário o acompanhamento de um profissional para que esse tipo de treino seja feito sempre na fase necessária a cada um dos atletas. Bons treinos!!!