Marcelo Rocha

JÁ OUVIU FALAR EM “SHIMMY”?

Por Marcelo Rocha

Você com certeza já deve ter ouvido algum amigo ou conhecido se queixando de uma tremedeira sem fim em sua bicicleta quando em uma descida e à uma velocidade ligeiramente alta. Pois é, quadros de bicicleta são extremamente rígidos e resistentes no plano vertical, mas horizontalmente nem tanto. Parece haver uma “falha” (consentida pelos fabricantes) nas bicicletas que permite que em velocidade alta e em descidas, as bicicletas cada qual em sua característica geométrica, entrem numa espécie de ressonância e rebolem sem controle até que a velocidade diminua. Isso se dá por conta principalmente do efeito giroscópico das rodas e flexibilização dos garfos e por outros detalhes que veremos abaixo; e não pense que frear ajuda, pois piora. Esse problema é mais comum em bicicletas de ciclismo e triatlo.

Alguns fatores podem facilitar o desencadeamento desse problema como, pneus com empeno ou com “manchão”, rodas com empeno ou mal centralizadas no guarda chuva, espigas de garfo muito altas (principalmente de carbono), mau ajuste da caixa de direção, e talvez o principal e em vários casos o único desencadeador do problema – descer em alta velocidade sentado no selim. É isso mesmo, você pode ter qualquer um daqueles detalhes acima em sua bike e descendo em pé e com boa técnica, você não vai sentir o “shimmy”. Assim como você pode não ter algum dos problemas e descendo sentado no selim será o suficiente para que o peso do seu corpo no selim ancore a bicicleta e faça com que ela se flexibilize lateralmente e comece a rebolar sem parar. Em dias muito frios o problema pode também surgir ou se agravar, com o ciclista tremendo e desencadeando a mesma frequência que a bicicleta “necessita” para rebolar. Não pensem que isso é uma falha geométrica das bicicletas; alguns especialistas acreditam que está mais ligado aos materiais muito finos e leves de hoje em dia.

Algumas dicas: se você tem esse problema ou já passou por ele, primeiro revise a bicicleta e elimine aqueles fatores acima que também contribuem para que ele seja desencadeado. E depois, vá para uma descida não tão rápida e não tão longa e comece aos poucos a treinar as descidas fora do selim e colocando o corpo mais para trás, pedais em 3 e 9 horas com calcanhares baixos e se quiser algo para dar mais suporte, prenda a bicicleta entre as coxas. Aos poucos vá aumentando a inclinação e o tempo de descida. Boa sorte!

Contribuiu: Dan Empfield – Slowtwtich